MARREQUINHO – O
MENINO DE CAMPO FORMOSO
MEMÓRIAS DE UM
ARTISTA SERTANEJO
Capítulo
XXV
O
Circo
Naquela época (Década de 50 até os meados da década de 60 do século XX) eram poucos os
artistas sertanejos de Goiás que viviam exclusivamente da arte. A maioria de
nós tinha um emprego ou outra fonte de renda para se manter. Os mais arrojados,
mais confiantes, faziam apresentações em cinemas e circos. Mas, os circos
daquela época (nós os chamávamos de "pauleira"), que percorriam o
interior do Estado, na sua grande maioria não tinham nem cobertura. Eram circos
pequenos, pobres e mal organizados. Circos de touradas, precursores das grandes
arenas das festas de peão hoje existentes, como as de Barretos, por exemplo.
Nos "nossos" circos, os
bois que seriam "toureados" eram alugados, ou, emprestados pelos
donos de fazendas da região onde o circo estivesse "fincado". No
circo, não havia palco, não. A apresentação dos artistas era realizada na
própria arena, após ter sido feita a retirada dos bois, do local. O som,
geralmente consistia de um amplificador de pequena potência (100 Watts), uma
corneta amarrada na ponta de um mastro de uns seis metros, que era fincado na
frente do circo e de um microfone quase sempre de péssima qualidade, que de vez
em quando dava choque pra danar. O que servia de pedestal era um fio ou uma
corda amarrada de um lado ao outro, numa das varas mais altas que formavam o
círculo da arena, onde se pendurava o microfone.
O palhaço (que não pode haver
circo sem palhaço) de pernas de pau arregimentava uns dez ou quinze garotos,
que ganhariam entradas grátis no espetáculo da noite, e saía pelas ruas gritando
o tradicional: "Hoje tem espetáculo"?
E a rapaziadinha respondendo: "Tem
sim sinhô". Enquanto o locutor, através do alto falante incitava o
povo a ir assistir o "grandioso" espetáculo. E de vez em quando
advertia: "Evite atropelo de última
hora, adquira seu ingresso, agora".
Os compromissos entre os artistas e o dono do
circo eram na base da confiança, sem contrato, sem nada. A renda do espetáculo,
que era apurada na bilheteria, era no racha. Meio a meio, salvo ocasiões e
acordos especiais, previamente acertados.
Existiam também, alguns circos de
variedades, mas, eram poucos. Esses costumavam ser melhores, um pouquinho. Eram
até cobertos, e, tinha picadeiro, o que personalizava o visual da apresentação.
Da simplicidade daqueles circos, e
da cordialidade da sua gente tenho gratas recordações. Formaram uma categoria
que seria pioneira, na prática de uma das mais autênticas tradições da nossa
cultura popular, o circo.
Registro aqui, minha homenagem a
alguns nomes que, exercendo a arte circense praticaram também, a arte de sua
própria sobrevivência:
"Asa
Branca", "Pássaro Preto", "Benedito Pai de Família",
"Jangadeiro", "Sabiá Preto", "Gaúcho Manco",
"Xumbrega", "Durujão", "Irmãos Dias",
"Canário da Serra", "Bertão", "Prieto", "Atanásio",
"Lesco-Lesco", "Pouca Roupa", "Chaveta",
"Capixaba", "Tombado", "Argentino",
"Colosso", "Ferrusca", "Faixa Preta",
"Espano Brasileiro" e alguns outros.
Artistas
goianos, na época, que viviam exclusivamente da arte e que mais exerceram
suas atividades no meio circense:
Bandeirinha & Goianinha
Trio da Vitória
Paulo e Paulino
Imãs Rocha
Sinval e Dalmy
Irmãs Andrade (Não gravaram discos).
É claro que, muitos outros se
aventuravam aqui e ali, mas, na maioria das vezes não se saiam bem, não. Falo
por experiência própria, porque eu fui um dos que se saíram mal.
Acervo
Nélia Maria Bandeira (Goianinha)
Bandeirinha e Goianinha
(Apresentando-se na arena de circo de tourada)
(1.970)
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