ORIZONA-GO, minha terra natal. Campo Formoso, berço da minha infância. Longínqua infância que aos poucos vai se perdendo no redemoinho do tempo. Mas, ainda consigo vislumbrar, algumas lembranças do pequeno lugarejo (Hoje, uma próspera cidade) onde nasci. Lembro-me de lugares e pessoas que marcaram minha vida, para sempre. Das pessoas que vou citar, algumas delas nem sequer sabiam que eu existia; mesmo assim influenciaram de maneira contundente a minha formação psicológica, social, moral e cristã.
Lembro-me com extrema saudade da minha primeira professora no Grupo Escolar da pequenina Orizona: Dona DIRCE. Mulher maravilhosa, transbordante de amor e de dedicação na condução dos ensinamentos que ela pacientemente transmitia á nós, seus pequenos alunos. Dona DIRCE teve uma vida muito curta nesse planeta de provação. Com certeza era a encarnação de um anjo, na terra. Talvez por isto Deus a tenha levado tão cedo para junto de Si. À dona DIRCE, meu preito de gratidão e de saudade.
Sr. MAURITY SILVA, dono da única farmácia existente em Orizona, na época (1947). Lembro-me de que eu ia lá, a mando de minha mãe para comprar (fiado) remédios para o meu pai que ao tempo a que me refiro já estava muito doente. “Seu” MAURITY nunca se negou a aviar as receitas que eu lhe levava, mesmo sabendo que havia pouca esperança de receber o valor dos medicamentos, já que a situação financeira da nossa família não inspirava muita confiança, não. E meu pai não resistiu a enfermidade que o acometera, e, faleceu antes de completar cinqüenta anos de idade, deixando minha mãe viúva e oito filhos órfãos de pai.
Sessenta e quatro anos são passados e, até hoje, em minhas preces rogo a Deus proteção para aquele homem que generosamente compreendeu a difícil situação de uma pobre viúva; numa cidadezinha do interior, com oito filhos para criar. Eu era o sexto dos oito filhos e estava com sete anos de idade; o irmão mais velho estava com dezoito.
Sr. MAURITY SILVA, que Jesus o recompense pela sua abençoada generosidade.
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