Tudo
começou na pequena cidade de Mateira, posteriormente denominada Paranaiguara,
aqui mesmo no Estado de Goiás.
Os irmãos
João e Antônio, carinhosamente apelidados de Joãozinho e Toninho, ainda
crianças formaram uma dupla caipira.
A dupla
mirim, muito admirada pelos garimpeiros da região não encontrava obstáculos
para mostrar seu talento. Sem instrumentos, porém bastante desinibidos, subiam
em caixotes e até mesmo em mesas de sinuca para se apresentarem. Parecia que,
mesmo de forma inocente, queriam dizer cantando que já tinham o dom artístico.
Certo dia
Joãozinho e Toninho desapareceram.
Seus
pais, Sr. Mateus e Dona Ercília, logo sentiram falta dos garotos. A mãe já
preocupada pergunta ao pai:
- Mateus,
onde estão os meninos?
O Sr.
Mateus, dono de tamanha calma responde:
- Hoje é
sábado, devem estar engraxando sapatos para ganhar um dinheirinho, logo estarão
de volta.
Dona
Ercília, ainda preocupada:
- Vá dar
uma volta e veja se os encontra.
Sr.
Mateus atendeu ao pedido da esposa e saiu em busca das crianças. Ao caminhar em
direção ao bar do Doro, avistou uma grande movimentação que dava gritos e
aplausos. Curioso, Sr. Mateus aproximou-se para ver o que acontecia e
surpreendeu-se ao saber que aquela manifestação era dedicada aos filhos que ali
se apresentavam.
No bar
estava presente o Sr. Durval Paula, um forte corretor de gado da região. Este,
ao perceber a intenção do pai em tirar a dupla mirim dali, fez um pedido ao Sr.
Mateus:
-
Deixe-os cantar, seus filhos nasceram artistas!
Atendendo
ao pedido daquele homem, Sr. Mateus ficou aguardando e, novamente, ficou
surpreendido ao ver quanto dinheiro havia em cima da mesa de sinuca, dinheiro
esse dado aos meninos pelos garimpeiros, por alegrarem com tanto talento os
admiradores da música caipira.
Durval
Paula, percebendo o potencial da dupla, perguntou aos meninos:
- Vocês
tocam instrumentos?
Toninho,
que futuramente seria conhecido como Velosinho, muito esperto respondeu:
- Não
temos dinheiro para comprar.
Foi então
que Durval Paula, sensibilizado, imediatamente pediu que buscassem um
cavaquinho no armazém do Divino e deu de presente a Toninho para que aprendesse
a tocar.
Infelizmente
as necessidades falaram mais alto, de modo que, em meados de 1958 a família
teve que mudar-se para a roça, cerca de 12 km da cidade.
As
crianças passaram grande parte da infância na dura lida da lavoura, que na
época, era roça de toco. Sr. Mateus e D. Ercília foram com a intenção de voltar
com a família para a cidade em 2 anos, mas perceberam a necessidade de ficar
por muito mais tempo, em função da seca que não permitia uma colheita
abundante.
Finalmente
em 1968, todos embarcavam em um caminhão rumo à Goiânia, dirigido pelo Sr.
Sólon, motorista do Ministério da Agricultura e amigo da família.
No
coração um sentimento misto de apreensão e esperança, maior do que a cidade na
qual agora se encontravam.
Os
filhos do Sr Mateus e de dona Ercílía foram então trabalhar como serventes de
pedreiro e pintores de paredes e, assim, iam garantindo a sobrevivência.
Por
sugestão de amigos, adotaram os pseudônimos de VELOSO E VELOSINHO.
Depois de muita luta de perseverança e de competência profissional,
finalmente seu maior sonho se realizou.
Em 1974, mais precisamente no dia 19 de julho, foi ao ar pela primeira
vez, através das possantes ondas da Rádio Brasil Central de Goiânia, o
“Programa Na Beira da Mata”, que rapidamente se tornou referência e maior
sucesso em audiência de programas sertanejos na região Centro-Oeste.
O programa era apresentado pela dupla Veloso & Velosinho, e contava
com a participação de artistas ao vivo, entre eles nomes como Trio da Vitória,
André e Andrade, Praião e Prainha, Irmãs Freitas, Os Filhos da Fronteira, Zé
Mulato e Cassiano, Zazá e Zezé e muitos outros.
Dado o sucesso do programa no rádio, em 1976 o “Na Beira da Mata”
ganhava o seu espaço na telinha. Exibido pela TV Brasil Central, sobre o
comando e apresentação de Veloso, era realmente uma proposta ousada. Um
programa de auditório, com apresentações de artistas ao vivo, e onde desfilaram
nomes famosos da “Rádio Nacional de São Paulo”, como Tião Carreiro e Pardinho,
Liu e Léu, Zico e Zeca, Léo Canhoto e Robertinho e, quanta ironia... Artistas
esses que a dupla Veloso e Velosinho, antes Joãozinho e Toninho, admiravam e
sonhavam conhecer ouvindo-os pela Rádio Nacional de São Paulo na Linha
Sertaneja das 20:00h.
Em 1980, mais precisamente no dia 29 de junho, com o prematuro
falecimento de Velosinho seguiu então Veloso como João Veloso. A carreira como
dupla foi sepultada juntamente com o irmão Velosinho, mas o Programa “Na Beira
da Mata” continuou... e continua até hoje, levando emoções e saudades, mas
acima de tudo alegria a uma infinidade de lares por todo o país e além
fronteiras através da Rádio Mil FM 102,9 e pela rádio web www.radiobeiradamata.com.br.
Credito/Fonte:
http://r-sertaneja.blogspot.com.br/2012/06/veloso-e-velosinho-270612.html
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Em entrevista concedida ao Blog do
Hélio, João Veloso da dupla Sertaneja goiana Veloso & Velosinho, fez esta
declaração:
“A
dupla (Veloso e Velosinho), surgiu quando éramos crianças. Começamos a cantar
profissionalmente em 1968. Nossa primeira gravação foi realizada em 1972, no LP
“Moraes César e seus Caboclos”, com a música “Homenagem aos Boiadeiros”.
Em 1973 gravamos o LP “Setenta Janeiros”
(CALIFORNIA).
Dois anos depois gravamos o LP “ Colchão de Palha” (CALIFONIA) e mais tarde
(1977), o LP “A Catira Fez Morada Na
Pousada” (CONTINENTAL).
Em 1980, quando nos preparávamos para gravar
outro LP, dessa vez pela Warner, multinacional que investiu forte no gênero
sertanejo, infelizmente perdemos o Velosinho. O repertório já estava
praticamente pronto para mais esse lançamento. Eu não quis mais lidar
diretamente com música, como cantor nem como compositor. Continuo no mundo da
comunicação, com o programa Na Beira da Mata, que o próprio Velosinho ajudou a
ser lançado no começo de 1974 e que está no ar até hoje".
Fonte/Créditos
LP - CALIFORNIA
70 JANEIROS -
1973
1- 70
Janeiros (Sereno/Zé Venâncio)
2- Pobre
Seresteiro (Cassimiro Parreira)
3-Romance
de Violeiro (Serra Grande)
4- Adeus
Moreninha (Serra Grande)
5- Tudo
Quebra (Zé Venâncio)
6-
Caboclo Sertanejo (Serra Grande)
7-
Bandeirante de Goiás (Noronha Neto)
8- Aquele
Beijo (Sereno)
9-
Cabelos Cacheados (Sereno/Roberto Tormim)
10- A
Cidade Contra o Sertão (Serra Grande)
11- Sobe
Sobe (Jack)
12- Peão
Grã-fino (Moacir do Santos/Sulino)
LP - CALIFORNIA
COLCHÃO DE PALHA
- 1975
1-
A Garota do Lago (Jack/Veloso)
2-
Chuva de Lágrimas (Praião)
3-
João de Barro (Tedy Vieira/Muibo Cury)
4-
Colchão de Palha (Serafim Colombo)
5-
Dez Anos (Juquinha)
6-
Nome em Manchete (Jack/Veloso)
7-
Menina dos Olhos Verdes (UbirajaraMoreira)
8-
Minha Antiga Namorada (Antonio F. Silva/Venancinho/Cassimiro)
9-
Obrigado, Goiás (Noronha Neto/Velosinho)
10-
Preto e Branco (Moacir dos Santos/Sulino)
11-
Linda Menina (Zé Venâncio/Velosinho)
12-
Trenzinho Mineiro (Ted Jones/Mara Santos)
LP –
CONTINENTAL/CABOCLO
A
CATIRA FEZ MORADA NA POUSADA - 1977
1-
A Represa Estourou (Serafim Colombo)
2-
A Procura do Meu Bem (Zé Venâncio/Velosinho)
3-
A Volta Por Cima (Carlito)
4-
Drama é Crime (Noronha Neto)
5-
Você é Demais (Baduy)
6-
Rancho Da Serra (Zé Venâncio/Doquinho)
7-
A Mãe Do Menino da Porteira (Jack)
8-
Nossa Canção (Fernando Meira Veloso)
9-
Decidido (Fernando Meira/Milton José)
10-
Casa Vazia (Fernando Meira/Velosinho)
11-
Cruel Desilusão (Zé Venâncio/Saulino)
12-
Recorte Dos Velhos (Galvãozinho)
VÍDEOS
OBS: Essa música tem uma história interessante por
trás dela... foi a primeira oportunidade que a dupla Veloso & Velosinho
teve de gravar uma música em um LP. É bacana ver o pai contar como foi a
correria pra compor essa música rápido, rápido pra dar tempo de participar do
disco a convite do Moraes César.(Carlos Veloso)
HOMENAGEM AOS BOIADEIROS - VELOSO & VELOSINHO
(Veloso)
(Veloso)
TUDO QUEBRA - VELOSO & VELOSINHO
(Zé Venâncio)
COLCHÃO DE PALHA - VELOSO & VELOSINHO
(Serafim Colombo)
70 JANEIROS - VELOSO & VELOSINHO
(Sereno / Zé Venâncio)
(Serafim Colombo)
MENINA DOS OLHOS VERDES - VELOSO & VELOSINHO
(Ubirajara Moreira)
70 JANEIROS - VELOSO & VELOSINHO
(Sereno / Zé Venâncio)
PEÃO GRÃ FINO - VELOSO & VELOSINHO
(Sulino / Moacir dos Santos)
SOBE SOBE - VELOSO & VELOSINHO
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Contato
com Marrequinho:
Fones;
(62) 3597-3305 – (62) 9215-4931
E-mail:
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