Capítulo
XLVI
A
Aposentadoria
Ainda envolvido pelas emoções causadas pelos
acontecimentos de Pirenópolis, e sentindo ainda, os seus efeitos, houve outro
acontecimento que fez aumentar meu estado de contentamento e de criar
expectativas muito boas.
Em outubro de 2005 requeri aposentadoria, por
ter direitos adquiridos ao completar 65 anos de idade. Foi-me concedida em
dezembro do mesmo ano. Eu havia feito muitos planos para serem postos em
prática, quando isso viesse a acontecer. Depois de tanta luta, de tanto
trabalho, iria finalmente usufruir de um merecido descanso, assim pensava eu.
Iria poder viajar, com a minha família, pretendia rever minha terra natal
(Orizona-GO), poderia visitar amigos que eu estimava, poderia ir pescar de
anzol nos rios aonde a tempo eu não ia, poderia girar nas Folias do Divino e
nas Folias de Reis, enfim poderia fazer coisas que me proporcionariam um
verdadeiro refrigério mental. Eram muitos planos. Planos, e, esperança de, com
o descanso, recuperar um pouco da minha saúde, que por aquele tempo já estava
dando sinais de que não andava boa. Cansaço, físico e mental, diziam os
médicos.
Os "trancos" que eu havia sofrido,
no passado estavam mostrando, agora, seus efeitos, que se manifestavam através
dos sintomas de uma doença que eu conhecia como esgotamento nervoso, mas que a
medicina moderna chama pelo nome pomposo de Stress.
Acreditava que a estrutura de minha vida
familiar, o equilíbrio financeiro, e o desligamento do vínculo empregatício
iriam proporcionar condições para uma total recuperação. Eu estava exultante.
Agradeci a Deus, por permitir que, pelo menos no final da minha jornada terrena
eu tivesse sido contemplado com o direito de sentir tanta satisfação e tanta
confiança de estar vivendo uma situação de plena felicidade e de total tranquilidade.
Artisticamente, me sentia realizado.
Profissionalmente estava cônscio de que havia cumprido com dignidade, as minhas
obrigações. E, pessoalmente, estava sendo agraciado pela bondade Divina, com a
formação de um grupo familiar ligado pelo afeto, pelo respeito, pelo
companheirismo e pelo amor. Formávamos uma família verdadeiramente feliz. Eu me
considerava personagem de uma história repleta de suspense, de cenas que
mostravam indescritível ansiedade, momentos de tensão e de acontecimentos
imprevisíveis, mas, que apesar de tantas expectativas, tinha um final feliz.
Acreditei que haviam terminados os testes, as provas e as adversidades que me
fizeram passar por tantos desgostos. Pensei que meu resto de vida seria só
sossego, só descanso, só paz. Chiquinho, o menino de Campo Formoso,
Marrequinho, o humilde compositor sertanejo, Francisco Ricardo de Souza, o
homem que muito sonhou, finalmente havia encontrado porto seguro onde ancorar o
barquinho das suas derrotas e das suas vitórias, das suas conquistas e das suas
frustrações. Eu era o viajor cansado, faminto e sedento que havia finalmente
chegado a um oásis onde todos os meus anseios, onde todas as minhas carências
afetivas seriam supridas até ao término dos meus dias.
Mal sabia eu, que o pior de tudo, estava por
vir. Pois, aquele oásis não passava de uma fugidia e enganosa miragem. Apenas
isso, uma fugidia e enganosa miragem, nada mais.
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MENINO DE CAMPO FORMOSO”
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