sábado, 25 de maio de 2013

A APOSENTADORIA






Capítulo XLVI
A Aposentadoria






Ainda envolvido pelas emoções causadas pelos acontecimentos de Pirenópolis, e sentindo ainda, os seus efeitos, houve outro acontecimento que fez aumentar meu estado de contentamento e de criar expectativas muito boas.
Em outubro de 2005 requeri aposentadoria, por ter direitos adquiridos ao completar 65 anos de idade. Foi-me concedida em dezembro do mesmo ano. Eu havia feito muitos planos para serem postos em prática, quando isso viesse a acontecer. Depois de tanta luta, de tanto trabalho, iria finalmente usufruir de um merecido descanso, assim pensava eu. Iria poder viajar, com a minha família, pretendia rever minha terra natal (Orizona-GO), poderia visitar amigos que eu estimava, poderia ir pescar de anzol nos rios aonde a tempo eu não ia, poderia girar nas Folias do Divino e nas Folias de Reis, enfim poderia fazer coisas que me proporcionariam um verdadeiro refrigério mental. Eram muitos planos. Planos, e, esperança de, com o descanso, recuperar um pouco da minha saúde, que por aquele tempo já estava dando sinais de que não andava boa. Cansaço, físico e mental, diziam os médicos.
Os "trancos" que eu havia sofrido, no passado estavam mostrando, agora, seus efeitos, que se manifestavam através dos sintomas de uma doença que eu conhecia como esgotamento nervoso, mas que a medicina moderna chama pelo nome pomposo de Stress.
Acreditava que a estrutura de minha vida familiar, o equilíbrio financeiro, e o desligamento do vínculo empregatício iriam proporcionar condições para uma total recuperação. Eu estava exultante. Agradeci a Deus, por permitir que, pelo menos no final da minha jornada terrena eu tivesse sido contemplado com o direito de sentir tanta satisfação e tanta confiança de estar vivendo uma situação de plena felicidade e de total tranquilidade.
Artisticamente, me sentia realizado. Profissionalmente estava cônscio de que havia cumprido com dignidade, as minhas obrigações. E, pessoalmente, estava sendo agraciado pela bondade Divina, com a formação de um grupo familiar ligado pelo afeto, pelo respeito, pelo companheirismo e pelo amor. Formávamos uma família verdadeiramente feliz. Eu me considerava personagem de uma história repleta de suspense, de cenas que mostravam indescritível ansiedade, momentos de tensão e de acontecimentos imprevisíveis, mas, que apesar de tantas expectativas, tinha um final feliz. Acreditei que haviam terminados os testes, as provas e as adversidades que me fizeram passar por tantos desgostos. Pensei que meu resto de vida seria só sossego, só descanso, só paz. Chiquinho, o menino de Campo Formoso, Marrequinho, o humilde compositor sertanejo, Francisco Ricardo de Souza, o homem que muito sonhou, finalmente havia encontrado porto seguro onde ancorar o barquinho das suas derrotas e das suas vitórias, das suas conquistas e das suas frustrações. Eu era o viajor cansado, faminto e sedento que havia finalmente chegado a um oásis onde todos os meus anseios, onde todas as minhas carências afetivas seriam supridas até ao término dos meus dias.
Mal sabia eu, que o pior de tudo, estava por vir. Pois, aquele oásis não passava de uma fugidia e enganosa miragem. Apenas isso, uma fugidia e enganosa miragem, nada mais.

Livro “MARREQUINHO-O MENINO DE CAMPO FORMOSO”
Memórias de um artista sertanejo.
CD Marrequinho-Uma vida, Uma História.
CD Marrequinho 50 Anos de Música


Adquira o livro e os dois CDs e pague apenas R$ 80 – Livre de frete

           Informações pelos E-mails: marrequinhocompositor@hotmail.com
                                                       cantorchicojunior@gmail.com
 
 


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário