segunda-feira, 13 de agosto de 2012

INTÉRPRETES & PROGRAMAS DE RÁDIO

MARREQUINHO – O MENINO DE CMPO FORMOSO. Memórias de um artista sertanejo

Capítulo XXIII

Intérpretes Goianos e Programas de Rádio

A quantidade de artistas sertanejos, em Goiás, era muito grande. Mas, os que acreditaram cem por cento na possibilidade de se tornarem autossuficientes graças à viola, com exceção dos que “cascaram” para São Paulo foram poucos, muito poucos. Prova disso, é que uma pequena parcela de duplas e trios teve condição de manter um programa seu, no rádio. A maioria aproveitava “chances” oferecidas por algumas emissoras, quase em forma de favor, aos que na realidade eram os responsáveis pela audiência dos programas que não tinham participantes fixos. Mas, alguns mantiveram seus próprios programas. Entre esses, estavam:
Zé Micuim, Goiá e Goiazinho (Trio da Amizade) (R.B.C.)
Pássaro Preto. Melrinho e Zino Prado (R.B.C.) Não gravaram disco.
Melrinho, Belguinha & Zino Prado
Irmãos Ferreira - Reizão, Rezendinho e Reizinho (Difusora)
Brazão, Brazãozinho e Loló (Difusora)
Trio da Vitória (Venâncio, Venancinho e Cambuí) (Anhanguera)
Trio Enamorado (Colibri, Ninão e Nhozinho) (Clube)
Marreco e Marrequinho (Clube)
Adolfinho e Chitãozinho (Difusora)
Sapezinho e Ditinho (Clube) (Não gravaram disco)


Acervo Amadeu Emídio de Paula (Belguinha)
Sapezinho e Ditinho


Acervo Amadeu Emídio de Paula (Belguinha)
Reizão, Rezendinho e Reizinho
(Não gravaram disco)


 
Marreco e Marrequinho (1958)


Acervo Amadeu Emídio de Paula (Belguinha)
Pássaro Preto, Melrinho e Zino Prado

A formação da dupla Melrinho e Belguinha (eram irmãos) aconteceu pelo seguinte motivo: O Pássaro Preto (Chamava-se Antonio), cantador de segunda voz, era lá das bandas de Paraúna GO. Tinha vindo para Goiânia tentar a carreira artística. Casado, tinha esposa e filhos. Só que, em Goiânia, se apaixonou por outra mulher, também casada, por quem nutria uma desenfreada paixão. Jamais escondeu esse fato, ao contrário, em quase todos os programas que ele fazia, mandava modas para a namorada e afirmava sua intenção de viver com ela quando a situação permitisse. Sua paixão era correspondida com a mesma intensidade. Mas, a mulher não se decidia a abandonar o marido. E, o pobre artista, ou talvez seja melhor dizer, o artista pobre, sentiu-se dominado pelo inconformismo e pelo ciúme. Num tresloucado gesto de revolta e desespero, quis demonstrar para a amada, a grandeza do seu amor. Se não pudesse viver com ela, morreria por ela. E provou isso de maneira surpreendente e sensacionalista.
Certo dia, com o programa no ar (Rádio Brasil Central), após desabafar um pouco sobre o procedimento da indecisa criatura, ofereceu a ela uma moda de despedida e, em seguida, num intervalo em que o Vicente Iglesias, apresentador do programa, lia os textos comerciais, o Pássaro Preto largou a viola encostada na parede do Studio e, para surpresa do parceiro Melrinho, do apresentador, de muitos fãs que assistiam ao programa no auditório, e, de milhares de pessoas que estavam ouvindo o programa pelo rádio, tirou do bolso uma garrucha calibre 380 (rabo de égua), escanhotou uma das orelhas da "bicha" desfechou um tiro no próprio ouvido, e, caiu. Os espectadores, no auditório, aplaudiram pensando que se tratava de uma encenação. Mas, os parceiros e o apresentador entenderam a extensão do tresloucado gesto do apaixonado violeiro de Paraúna. E, tentaram socorrê-lo, mas, o danado do homem surpreendeu mais ainda, quando, mesmo ferido, se levantou cambaleante e pegou a tal garrucha que alguém havia colocado em cima de um piano que ficava num canto do Studio e desfechou outro tiro, esse, no próprio peito. Incrivelmente, não morreu. Foi hospitalizado, tratado convenientemente, e, sobreviveu aos tiros. Acabou se recuperando da tentativa de suicídio, mas, não da paixão, pela tal mulher. Algum tempo depois fugiram juntos, viveram uns tempos e depois se separaram. Eu o vi, anos depois, mas, não toquei no assunto. Ele poderia não gostar, né? Também, pudera.
Esse fato aconteceu quando a R.B.C. funcionava na Avenida Anhanguera, próximo à baixada do Botafogo (hoje, Vila Nova,), no ano de 1955. Foi então, que o Jerônimo Emídio de Paula convidou seu irmão Amadeu Emídio de Paula formaram a dupla Melrinho & Belguinha e mantiveram o acordeonista Zino Prado.

Acervo Amadeu Emídio de Paula (Belguinha)
Melrinho, Belguinha e Zino Prado


Leiam os Capítulos anteriores do livro MARREQUINHO – O MENINO DE CAMPO FORMOSO. Memórias de um artista sertanejo.


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