segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

MARREQUINHO - O MENINO DE CAMPO FORMOSO


               

    
 Memórias de um Artista Sertanejo

                                             Capítulo I 

            Marrequinho - O Menino de Campo Formoso



Nome: Francisco Ricardo de Souza.
Nascimento: 14 de outubro de 1.940, na Fazenda Gato Preto, município de Orizona, (que antes se chamou Capela dos Corrêa, e Campo Formoso) Estado de Goiás. Sou o sexto dos oito filhos de Onofre Ricardo de Souza e de Maria Rosa da Piedade.  Meu pai era filho de Antonio Justino de Farias e de Maria Ricarda de Souza (Cocota). O lavrador mineiro, pobre, tinha se mudado para a região de Campo Formoso, em companhia de sua mãe (meu avô paterno já havia falecido) e suas quatro irmãs, minhas tias Maria, Conceição, Rosa e Joana. Vieram de Santa Rosa, MG, um lugarejo que fica entre Patrocínio e Coromandel. Minha mãe era natural de Campo Formoso-Go. Filha de Lázaro Martins Vieira e de Germana Rosa de Morais. Meus avós maternos tiveram seis filhos, três homens e três mulheres. Meus tios Antonio, Manoel, Braulino, Maria (minha mãe) e minhas tias Joaquina e Clotides. Com a morte do meu avô Lázaro, minha avó Germana se casou de novo e teve um sétimo filho, meu tio José Acácio.
           Quando o sertanejo mineiro Onofre Ricardo conheceu a sertaneja goiana, Maria Rosa, o resultado foi: Namoro e casamento. E, na sequência dos fatos, o nascimento de uma cambuia de oito "goianeiros". Minha mãe possuía alguns recursos, quando se casou. Tinha umas terrinhas (Gleba desmembrada da Fazenda Capim), umas tantas vacas leiteiras e alguns cavalos de sela. Pouco tempo depois do nascimento da minha irmã caçula Iolanda, meu pai adoeceu gravemente. Para se tratar e manter a família foi vendendo partes do pequeno patrimônio que era o único recurso disponível. Primeiro foram os animais, depois, alqueire por alqueire da pequena fazenda, até que não restou mais nada para ser vendido. Fomos morar na cidade. Pobres, muito pobres, de bens materiais. E meu pai, não se recuperou da doença que o acometera. Morreu aos quarenta e oito anos de idade. Fiquei órfão de pai aos seis anos. Presenciei minha mãe possuindo apenas fé e muita coragem encarar o desafio de chefiar a família formada por ela própria e oito filhos, dos quais o mais velho (Antonio) tinha na época, 18 anos. Ele havia terminado o curso primário (correspondente ao Curso Fundamental, hoje) no Grupo Escolar local e começou a lecionar, sob contrato, numa escola da zona rural. Outros três irmãos (Osmar, Evando e José) trabalhavam de vaqueiros nas fazendas das redondezas. Casa própria, necas. Moramos por algum tempo, de favor, em uma casa que pertencia a um irmão da minha mãe, o tio Braulino, e depois num imóvel de propriedade de um idoso e caridoso senhor (Maurity Silva) que generosamente se condoeu das dificuldades pelas quais passava a viúva do Onofre, como ele respeitosamente tratava minha mãe. 

3 comentários:

  1. Por enquanto só posso dizer que esse capítulo tá
    ótimo,com as palavras e frases muito bem organizadas,continue;Depois há de aparecer motivos para elogios ou críticas,prepare-se!Não sou o dono da verdade mas tem alguém que sabe muito mais que eu. Um grande abraço,Antonio Elias P.Silva.

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  2. Ótimos seus `escritos`... Nos fazem viajar, como se lá estivéssemos... Espero lê-lo mais e mais para poder compartilhar dessa `viagem`... Abraço forte!

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  3. Muito bom,bem escrito e de leitura agradável. Como faço para comprar o livro?
    Obrigado.

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