sábado, 30 de março de 2013

COMPOSITORES SERTANEJOS (1)



ANGELINO DE OLIVEIRA
(21/04/1888 – 24/041964)

Angelino de Oliveira nasceu em 21 de abril de 1888. Ainda criança mudou-se para Botucatu/SP. Morou ainda em Ribeirão Preto/SP, onde cursou a Escola de Farmácia e Odontologia, e São Paulo, onde faleceu em 24 de abril de 1964.
Foi em Botucatu que Angelino desenvolveu a maior parte da sua atividade musical, sendo o músico local mais cultivado da cidade, embora outros tenham alcançado maior fama como Raul Torres e Antenor Serra, o Serrinha.
Em sua homenagem foi instituído, em 1967, o "Dia do Sertanejo", comemorado no último domingo de junho.
Em 1982 foi instituída a semana "Angelino de Oliveira" que anualmente celebra-se na semana que inclui o dia 17 de junho.
Existe na cidade a "Escola Estadual de Primeiro Grau Angelino de Oliveira", bem como uma rua com seu nome na Vila Nova Botucatu.
Foi-lhe concedido post-mortem o título de Cidadão Botucatuense.
Em sua obra destacam-se canções, tangos, valsas, sambas-canções, e até um fox-trot. O que mais se aproxima da música sertaneja são suas toadas, como a famosa "Tristeza do Jeca".
Uma das edições desta música, na década de 20, traz na capa a indicação de gênero: Canção. O ritmo da melodia é diferente do que hoje se canta, bem como o andamento sugerido na partitura: Lento. Até uma parte da melodia está em altura diferente do que hoje se canta, modificação provavelmente introduzida pela gravação-versão de Tonico e Tinoco (fato já apontado por Paulo Freire em seu livro sobre o compositor).
A primeira gravação de Tristeza do Jeca feita em disco data de 1922 ou 23, interpretada pela orquestra Brasil-América, numa versão instrumental. A segunda saiu em 26 e foi interpretada por Patrício Teixeira (1893 - 1972) cantor carioca, da turma de Pixinguinha e Donga.
Em 1937 foi gravada por Paraguassu, pseudônimo de Roque Ricciardi (1894 - 1976) que ficou famoso como cantor de serenatas, as modinhas, gênero de música romântica muito popular no inicio século passado.
Angelino de Oliveira faleceu 24 de abril de 1964
Créditos:

Zezé de Camargo & Luciano
"Tristeza do Jeca" - Composição de Angelino de Oliveira 



RAUL TORRES
(1906 -1970)
Raul Torres nasceu em Botucatu/SP, no dia 11 de julho de 1906. Mas foi em São Paulo que seguiu a carreira de cantor. Adotou o estilo nordestino, que fazia sucesso nos anos 20, por causa de nomes como Turunas da Mauricéia, Augusto Calheiros (conhecido como o Patativa do Norte) e Jararaca e Ratinho.
Ele atuou nas emissoras: Educadora Paulista e Cruzeiro do Sul. A partir de 1945, Torres dedicou-se mais aos
programas de rádio, com isso diminuindo as gravações de disco.
Seu primeiro disco gravado foi em 1927, com uma embolada e um samba. Dentre os sucessos, Galo sem Crista. E também na Série Caipira de Cornélio Pires, no ano de 1930, com o pseudônimo Bico Doce.
Fez dupla com cantores e compositores como João Pacífico, Azulão, Nair Mesquita, Joaquim Vermelho, Nestor Amaral e Serrinha.
Com João Pacífico, os clássicos: Cabocla Tereza, Seu João Nogueira, Chico Mineiro e Trem de Ferro. Com Azulão, Jacaré no Caminhão. Com Joaquim Vermelho, A Codorninha, Sistema Americano e Caninha Verde. Com Nestor Amaral, A Morte de Um Cantador. Com Nair Mesquita, Não Zanga Comigo Não. Já com Florêncio, Apelido dos Jogadores. Com Sebastião Teixeira, Casei com a Fazendeira. E com Serrinha: Cigana, Boiada Cuiabana e Saudades de Matão.
Serrinha era sobrinho de Raul Torres e sua dupla com Torres estreou na Columbia, em 1937.
No repertório, as modas de viola Cheguei na Casa da Véia e De Terça pra Quarta-Feira, composições de Raul Torres. A moda de viola Adeus Campina da Serra, de Raul Torres e Cornélio Pires, foi o grande sucesso da dupla e se tornou um clássico da música sertaneja. A dupla durou até 1942.
Torres e Florêncio – Florêncio fez dupla com Torres. Era de família de músicos e cantadores e começou na Rádio Record. Lá ele foi aprovado cantando Casinha Pequenina. Sua dupla com Torres teve início em 1942. Foram contratados pela Odeon, onde gravaram "O Pipoqueiro" (de Raul Torres) e a moda de viola "V da Vitória" (de Raul Torres e Francisco Sanches).
Já em 1943, a dupla gravou Moça Forgazona e Que Loura Bonita, de Raul Torres e Sebastião Teixeira. Um ano depois, a moda Apelido dos Jogadores, de Raul Torres e Palmeira. E ainda a toada: Vamos Plantá Algodão (de Raul Torres).
E, no mesmo ano, juntamente com o sanfoneiro Nininho, formaram o trio Os Três Batutas do Sertão. O destaque na época ficou por conta da gravação do clássico Cabocla Tereza, de João Pacífico.
Em 1945, gravaram outra música que se tornaria um clássico caipira: Moda da Mula Preta, de Raul Torres e João Pacífico. Juntos, Torres e Florêncio gravaram aproximadamente 80 discos.
Raul Torres faleceu no dia 12 de julho de 1970.
CRÉDITOS:
.http://www.letras.com.br/#!biografia/raul-torres

Tonico & Tinoco
"Pingo D'água" Composição: Raul Torres - João Pacífico


                                                                  
CATULO DA PAIXÃO CEARENSE

"Escute: eu sou o Catulo / E Catulo da Paixão / Sou cearense no nome / Mas nasci no Maranhão"
(1863-1946)
Catulo da Paixão Cearense nasceu em São Luís do Maranhão, em 8 de outubro de 1863, e faleceu no Rio de Janeiro, em 10 de maio de 1946. Foi um poeta, músico e compositor brasileiro. A data de nascimento foi por muito tempo considerada dia 31 de janeiro de 1866, pois a data original foi modificada para que Catullo pudesse ser nomeado ao serviço público.Filho de Amâncio José Paixão Cearense (natural do Ceará) e Maria Celestina Braga (natural do Maranhão)
Mudou-se para o Rio em 1880, aos 17 anos, com a família. Trabalhou como relojoeiro. Conheceu vários “chorões” da época, como Anacleto de Medeiros e Viriato Figueira da Silva, quando se iniciou na música. Integrado nos meios boêmicos da cidade, associou-se ao livreiro Pedro da Silva Quaresma, proprietário da Livraria do Povo, que passou a editar em folhetos de cordel o repertório de modismos da época.
Catulo da Paixão Cearense passou a organizar coletâneas, entre elas O cantor fluminense e O cancioneiro popular, além de obras próprias. Vivia despreocupado, pois era boêmio, e morreu na pobreza.
Em algumas composições teve a colaboração de alguns parceiros: Anacleto de Medeiros, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga,  Francisco Braga e outros.
Suas mais famosas composições são: Luar do Sertão (em parceria, com João Pernambuco), de 1914, que na opinião de Pedro Lessa é o hino nacional do sertanejo brasileiro, e a letra para Flor amorosa, que havia sido composta por Joaquim Calado em 1867. Também é o responsável pela reabilitação do violão nos salões da alta sociedade carioca e pela reforma da ´modinha´.
Catulo da Paixão Cearense faleceu no dia 10 de maio de 1946
CRÉDITOS:

Tonico & Tinoco
"Luar do Sertão" Composição: Catulo da Paixão - João Pernambuco
 

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