segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

FLEURY RODRIGUES - VÍDEOS CLIP

    A composição "O POETA VAI EMBORA" é um misto de ficção e realidade, que em minha mente se misturam e se confundem de tal maneira que em certos momentos não consigo discernir qual é a ficção ou qual é a realidade. Amigos, fãs, admiradores, meus colegas de arte e até mesmo alguns intérpretes que gravaram músicas minhas, ao longo do tempo, tem me perguntado quem é essa mulher deusa que tenho exaltado tanto, em meus versos, a minha musa inspiradora. Sempre quiseram saber se ela existe realmente, se é uma musa fictícia. e coisas assim. Finalmente depois de quase cinquenta anos, eu vou lhes responder e apresentá-la à todos os "curiosos" que durante quase meio século têm me feito essas perguntas. Sim, ela é real, ela EXISTE mesmo. Ela foi, ou é um caso amoroso meu? NÃO. NÃO FOI e nunca o será. Não se mantém um caso amoroso com uma musa, ora. Então, vejam este vídeo clip caseiro e conheçam "pessoalmente" a minha... Musa Inspiradora, e ouçam o último pedido que faço à ela, através desta minha letra musicada com muita inspiração pelo meu amigo e colega Fleury Rodrigues, que também a interpretou em duas vozes. "O POETA VAI EMBORA". Música ainda inédita, gravada apenas em forma de ensaio.







                 O POETA VAI EMBORA
                              Marrequinho
                              Fleury Rodrigues



Minha musa inspiradora por favor venha correndo
Seu amigo está partindo, seu poeta está morrendo
Se vier, talvez eu veja nesses lindos olhos seus
Uma sorrateira lágrima, quando me disser adeus
Seu poeta está chegando muito próximo do fim
Por isso querida minha, vem dizer adeus pra mim


Somos duas almas gêmeas esse fato justifica
A angústia de quem vai e a tristeza de quem fica
O destino é implacável no seu desfecho fatal
A vida é somente um sonho e a morte é um sonho real
Criatura muito amada, venha ver-me sem demora
Seu amigo está partindo seu poeta vai embora


Muito embora esteja triste não farei nenhuma queixa
E não sei se deixo a vida ou se a vida é que me deixa
Onde quer que eu esteja hei de ouvir a sua voz
Cantando versos que um dia escrevi pensando em nós
Minha musa inspiradora, por favor venha correndo
Seu amigo está partindo, seu poeta está morrendo
Minha musa inspiradora, por favor venha correndo
Seu amigo está partindo, seu poeta está morrendo.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

CAMPO FORMOSO

Letra: Marrequinho 
Música: Fleury Rodrigues            

Retrato da minha infância, cidade inspiração
Orizona, minha terra de tanta recordação
Ao rever Campo Formoso não contive a emoção
E uma profunda tristeza envolveu meu coração
Quis demonstrar alegria, tentei, mas não consegui
Muita gente que eu amava já não mora mais ali
Não vi a menina linda que na infância conheci
E foi meu amor primeiro, amor que nunca esqueci

Abarrotado de lembrança e saudade
Eu percorri os arredores de onde vim
E agradeço ao guardião do meu destino
Por permitir que eu voltasse a ver enfim
Buritizinho, Taquaral e Santo Inácio
Mas não sabia que seria triste assim
Ver Montes Claros, Ubatan e Gato Preto
Que são lugares tão especiais pra mim
Molhei meu lenço com o pranto que chorei
Quando cheguei lá na Fazenda do Capim

Papagaios palradores, nas copas dos bacuris...
No cerrado, o som dolente do arrulho das juritis
Na capoeira distante piava triste a perdiz
Parece que ela sabia que eu não estava feliz
A paisagem sertaneja não devolveu minha paz
Provocou em minha mente duas reações iguais
Lembrança da minha infância e saudade dos meus pais
A lembrança dói bastante saudade dói muito mais.

Abarrotado de lembrança e saudade
Eu percorri os arredores de onde vim
E agradeço ao guardião do meu destino
Por permitir que eu voltasse a ver enfim
Buritizinho, Taquaral e Santo Inácio
Mas não sabia que seria triste assim
Ver Montes Claros, Ubatan e Gato Preto
Que são lugares tão especiais pra mim
Molhei meu lenço com o pranto que chorei
Quando cheguei lá na Fazenda do Capim.



                                                  
                                                      (Ensaio: Música Inédita)


Esta música "CAMPO FORMOSO" retrata fielmente o que senti ao visitar minha terra natal (Orizona - GO) depois de mais de meio século de ausência. Descobri que não conhecia mais ninguém, lá. E descobri que eu também, agora sou na minha terra um ilustre desconhecido.Por isto escrevi esta letra que o meu amigo Fleury Rodrigues com muita sensibilidade e inspiração, musicou e interpretou com muita genialidade, em duas vozes.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

* O Primeiro Disco Gravado no Brasil


INTERESSANTE......

Discos da Casa Edson no Brasil
Um belo exemplo a ser seguido
FRED FIGNER

OS GRAMOFONES
Frederico Figner nasceu em dezembro de 1866 em Milewko, na então Tcheco-Eslováquia. Ainda muito jovem e buscando ampliar seus horizontes migrou para os Estados Unidos, chegando ao país no momento em que Thomas Edison estava lançando um aparelho que registrava e reproduzia sons por intermédio de cilindros giratórios.
Fascinado pela novidade, adquiriu um desses equipamentos e vários rolos de gravação, embarcando com sua preciosa carga em um navio rumo a Belém do Pará, onde chegou em 1891 sem conhecer uma única palavra do Português.
Naquela cidade começou a exibir a novidade para o público, que pagava para registrar e escutar a própria voz.
O sucesso foi imediato e, de Belém, Fred se dirigiu para outras praças, sempre com o gravador a tiracolo. Passou por Manaus, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife e Salvador antes de chegar ao Rio de Janeiro, no ano seguinte, já falando e entendendo um pouquinho do nosso idioma e com um razoável pé de meia. Na Cidade Maravilhosa Figner abriu sua primeira loja, a Casa Edison, em um sobrado da Rua Uruguaiana, onde importava e comercializava esses primeiros fonógrafos.

Comercial da Casa Edison da Rua Uruguaiana

CASA EDISON
Por essa mesma época o cientista judeu Emile Berliner tinha acabado de lançar nos Estados Unidos um equipamento de gravação que utilizava discos revestidos com cera, com qualidade sonora superior ao do aparelho de Thomas Edison. 

Fred Figner percebeu de imediato o potencial da nova invenção e transferiu seu estabelecimento de um sobrado da Rua Uruguaiana para uma loja térrea na tradicional Rua do Ouvidor, onde abriu o primeiro estúdio de gravação e varejo de discos do Brasil, em 1900.

Casa Edison da Rua do Ouvidor
OS PRIMEIROS DISCOS
Os discos fabricados por Figner nessa fase inicial utilizavam cera de carnaúba, eram gravados em apenas uma das faces e tocados em vitrolas movidas a manivela. Apesar das limitações técnicas, essa iniciativa representou uma verdadeira revolução para a música popular brasileira, que engatinhava, pois até então os artistas só podiam se apresentar ao vivo ou comercializar suas criações por intermédio de partituras impressas.
 

O primeiro disco brasileiro foi gravado na Casa Edison pelo cantor Manuel Pedro dos Santos, o Bahiano, em 1902.
 

Era o lundu “Isto é Bom”, de autoria do seu conterrâneo Xisto da Bahia. 
A partir daí mais e mais artistas começaram a gravar suas composições em discos que eram distribuídos pela Casa Edison do Rio e também pela filial que Figner havia aberto em São Paulo.
  

A procura pelos discos cresceu tanto que em 1913 Fred decidiu instalar uma indústria fonográfica de grande porte na Av. 28 de Setembro, Vila Isabel, dando origem ao consagrado selo Odeon.


Discos Odeon
A MANSÃO FIGNER


Fred Figner era um homem à frente do seu tempo e para coroar o sucesso nos negócios decidiu erguer uma residência que espelhasse seu perfil  empreendedor.  A hoje conhecida Mansão Figner, na Rua Marquês de Abrantes 99, no Flamengo, abriga o Centro Cultural Arte-Sesc e o restaurante Bistrô do Senac. É considerada um exemplo arquitetônico raro de “casa burguesa do início do século 20” . Fred Figner utilizou-a como hospital, em 1918, durante a pandemia conhecida como Gripe Espanhola.
 
Apesar dele próprio estar acometido pela enfermidade, atuou como um prestativo auxiliar de enfermagem, transformando seu palacete em uma improvisada enfermaria de campanha que chegou a abrigar quatorze pacientes em seu interior.


Mansão Figner Hoje 
                                       RETIRO DOS ARTISTAS

Fred era um homem generoso e solidário. 
Pela própria natureza do trabalho nas suas duas gravadoras havia se tornado amigo de muitos músicos e cantores de sucesso. Em uma época que antecedeu à criação da Previdência, ficou consternado com a situação de penúria que alguns desses artistas tinham de enfrentar ao chegar à velhice. 

Sensibilizado com esse verdadeiro drama social, não titubeou e decidiu doar o terreno, em Jacarepaguá, para a construção da modelar instituição Retiro dos Artistas, que funciona até os dias de hoje
.
Retiro dos Artistas em Jacarepaguá
                                                        O FINAL
Em 19 de janeiro de 1947, quando faleceu, aos 81 anos de idade, ao se abrir seu testamento, verificou-se que Fred Figner havia destinado parte substancial dos seus bens às obras sociais de Chico Xavier. 

O jornal carioca A Noite Ilustrada publicou editorial em que o judeu Frederico Figner foi honrado, post-mortem, com o merecido título de 
“O mais brasileiro de todos os estrangeiros”. 
* Informações obtidas do arquivo pessoal do escritor e compositor BARIANI ORTENCIO.